"Que estranho destino o meu que apenas me consente paixões ardentes e me faz esgotar em amores improváveis."

José Manuel Saraiva

Sorrisos de dias de semana e de sábados à noite

...Não me apaguem a alegria que resplandecia na minha face, na noite em que ela tentava libertar da boca alguns indícios de fumo, por entre risos de fundo e a outra provava o "paraíso" ao som de uma música oriental desconhecida.

E não dou sequer o direito, de quererem arrancar do meu rosto o sorriso malicioso que esboçava, ao vê-la recusar aquela divinal sobremesa, mesmo com os olhos dela a pedirem por mais.

Também imploro-vos, que não me roubem o agradável ar quente, que soprava até mim de manhã e persistia ao fim da tarde, ao ouvir aquela voz fininha, capaz de enternecer qualquer pessoa.

Por favor, não me tirem os risinhos marotos que soltava misteriosamente, á medida que observava a cara delas durante as ditas aulas, seguidos de uma comum manifestação da parte dela "Pára!". ... Não, não me afastem de todos os sorrisos contagiosos que partilhámos, que duravam desde o momento em que me arrastava para a porta de casa, com o corpo a pedir repouso depois das aulas, até ao momento em que fechava os olhos, com os pés frios debaixo dos lençóis, mas de coração quente, bem guardado, protegido pelas minhas mãos, e na cara, claro, o típico bem sentido Sorriso que me acompanhou todo dia, com a capacidade de reflectir o que a cabeça pensa e o que o coração sente e pede por mais...